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Marafações de uma Louletana

Blog sobre Loulé e as suas gentes

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Marafações de uma Louletana

15
Jul11

Freguesias do Concelho de Loulé (II) - Alte

Lígia Laginha

 

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

Hoje vamos até Alte, uma das aldeias mais rústicas de Portugal e uma das freguesias mais interessantes do Concelho de Loulé.

 

A Freguesia de Alte, com uma superfície de aproximadamente 97 km2, situa-se no centro do Algarve e no extremo noroeste do Concelho de Loulé. Estende-se por terras serranas e do barrocal, com a Serra do Caldeirão a erguer a norte. A Rocha dos Soidos, com 482 metros de altitude, é a zona mais elevada da freguesia, tendo outrora servido de referência aos navegantes. Deste local avista-se também toda a freguesia. Tal como outras freguesias do interior, Alte não foge à regra, possuindo fracos recursos económicos e vivendo de uma agricultura de susbsistência. 

A aldeia de Alte, que já foi considerada a mais típica de Portugal, continua fiel às suas origens, mercê de um investimento de recuperação e manutenção efectuado pela autarquia, no sentido de preservar os seus traços originais, onde a Igreja Matriz, provavelmente edificada nos anos 1500, continua a ser a mais antiga referência histórica de Alte. 
A aldeia, a Fonte Grande e toda a zona envolvente, caracterizada pelo ambiente pitoresco que a rodeia, são visitadas anualmente por muitos milhares de turistas que se demoram nos restaurantes e nos cafés da localidade, depois de terem adquirido o artesanato tradicional da terra, como os doces regionais, os brinquedos de madeira, a olaria e os trabalhos de esparto.As casas são brancas e simples e com poucas açoteias, mas possuem as mais belas chaminés rendilhadas do Algarve. Alte Aldeia Cultural e a Festa do 1º de Maio são, sem dúvida, os momentos mais altos dos festejos levados a efeito ao longo do ano.

Em 1871, nasceu em Alte o poeta Francisco Xavier Cândido Guerreiro, cujo retrato se encontra perpetuado nos painéis de azulejos do aprazível jardim da Fonte Pequena, juntamente com alguns dos seus poemas, o mais célebre dos quais se inicia pela seguinte quadra:

Porque nasci ao pé de quatro montes
Por onde as águas passam a cantar
As canções dos moinhos e das fontes
Ensinaram-me as águas a falar.