Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana". 

Passam-se hoje 29 anos sobre o desaparecimento de mais um ilustre louletano, Joaquim Laginha Serafim. 

Recordemos então o percurso de vida deste conceituado engenheiro, professor e investigador:

Joaquim Laginha Serafim nasceu em Loulé, a 12 de janeiro de 1921 e faleceu em Lisboa, a 28 de novembro de 1994.

Estudante brilhante, distinguiu-se desde cedo na sua terra natal e no Liceu de Faro, onde foi quase sempre o melhor aluno. Licenciou-se com as mais elevadas classificações no Instituto Superior Técnico em 1944, após o que foi convidado para exercer a docência no Massachusetts Institute of Tecchnology (MIT). Conseguiu ascender com todo o mérito a professor catedrático da Universidade de Coimbra e da Universidade de Lourenço Marques (actual Maputo), que, aliás, ajudou a fundar. Os seus trabalhos científicos valeram-lhe também o doutoramento honoris causa pelas Universidades do Rio de Janeiro e de Liège. Possuía numerosos prémios científicos e condecorações,  com que ao longo da vida foi agraciado, quer pelos governos de Portugal, como de Espanha, Inglaterra e Estados Unidos, sendo neste último considerado e reconhecido como uma verdadeira autoridade de excepcional competência científica nos domínios da Física e da construção de barragens, em que assumiu foros de autêntica celebridade. Foi projectista de algumas das maiores barragens do mundo: em Marrocos, Itália, Espanha, Moçambique nos rios Zambeze, Revué, Pungoé e dos Elefantes), Angola (rios Quanza e Catumbela), Venezuela, EUA, Turquia, Jugoslávia, Noruega, Canadá, Costa Rica, Grécia, Brasil, Tasmânia, Irão, etc. Em Portugal deve-se-lhe, entre outras, as barragens de Castelo do Bode, Boução e Cabril.

Na sua qualidade de especialista mundial participou em centenas de congressos e reuniões internacionais em mais de meia centena de países diferentes.

Como algarvio e louletano de alma e coração, sempre se bateu pelo engrandecimento da sua região, admitindo que a única via para a sua emancipação administrativa estava na educação superior e especializada. Nos últimos anos da sua vida dedicou-se à cultura e ao estudo da história algarvia, escrevendo vários artigos na imprensa regional, especialmente no Correio do Sul, O Algarve e na Voz de Loulé, sendo uma presença, assídua e controversa, nos Congressos Nacionais do Algarve.

O seu nome faz parte da Toponímia de Loulé, denominando-se a artéria (concluída em meados de 1996) que vai da Rua Ascensão Guimarães até ao Centro de Saúde de Loulé como Avenida Laginha Serafim. 

Notas bibliográficas:

Blog https://ruascomhistoria.wordpress.com/ ;

PALMA, Jorge Filipe Maria da, Dicionário Toponímico: Cidade de Loulé. Loulé, Câmara Municipal, 2009, p. 336-337.