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Marafações de uma Louletana

Blog sobre Loulé e as suas gentes

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Marafações de uma Louletana

22
Mai11

Flora Louletana (I) - A Alfarrobeira

Lígia Laginha

 

 

Bom dia queridos amigos e visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

Hoje este blog marafado inaugura mais uma rúbrica que pretende dar a conhecer a flora existente em Loulé. Parecendo um assunto de menor importância, lembro-me que quando estudei em Lisboa haviam pessoas oriúndas do Norte do país que desconheciam por completo o que era uma Alfarrobeira. Assim sendo, pareceu-me interessante, sobretudo para os que não sabem o que é e como é, abordar aqui as plantas, árvores e leguminosas que povoam o nosso lindo concelho.

 

E não podia deixar de começar por essa árvore extremamente abundante, não só em Loulé, mas também, um pouco por todo o Algarve. Mesmo aqueles que estão familiarizados com a Alfarrobeira, de certo, muitos deles, desconhecem as suas origens e diversas potencialidades. Assim sendo, a marafada apurou através da wikipédia, que:

 

"A alfarrobeira (Ceratonia siliqua) é uma árvore de folha perene, originária da região mediterrânica que atinge cerca de 10 a 20 m de altura, cujo fruto é a alfarroba (do hebraico antigo al charuv (חרוב), a semente, pelo árabe al karrub, a vagem, corrupção daquele outro termo). Também é designada pelos nomes vulgares de figueira-de-pitágoras e figueira-do-egipto.

Pensa-se que as suas sementes foram usadas, no antigo Egipto, para a preparação de múmias; foram, aliás, encontrados vestígios de suas vagens em túmulos.

Pensa-se que a alfarrobeira terá sido trazida pelos gregos da Ásia Menor. Existem indícios de que os romanos mastigavam as suas vagens secas, muito apreciadas pelo seu sabor adocicado. Como outras, a planta teria sido levada pelos árabes para o Norte de África, Espanha e Portugal.

A semente da alfarrobeira foi, durante muito tempo, uma medida utilizada para pesar diamantes. A unidade quilate era o peso de uma semente de alfarroba. Era considerada uma característica única da semente da alfarroba, o seu peso sempre igual. Hoje em dia, contudo, sabe-se que seu peso varia como qualquer outra semente.

Do fruto da alfarrobeira tudo pode ser aproveitado, embora a sua excelência esteja ainda ligada à semente, donde é extraída a goma, constituída por hidratos de carbono complexos (galactomananos), que têm uma elevada qualidade como espessante, estabilizante, emulsionante e múltiplas utilizações na indústria alimentar, farmacêutica, têxtil e cosmética.

Mas a semente representa apenas 10% da vagem e o que resta – a polpa - tem sido essencialmente utilizado na alimentação animal quando, devido ao seu sabor e características químicas e dietéticas, bem pode ser mais aplicado em apetecíveis e saborosas preparações culinárias.

A farinha de alfarroba é a fracção obtida pela trituração e posterior torrefacção da polpa da vagem. Contém, em média, 48-56% de açucar, 18% de fibra, 0,2-0,6% de gordura, 4,5% de proteína e elevado teor de cálcio (352 mg/100 g) e de fósforo. Por outro lado, as características particulares dos seus taninos (compostos polifenólicos) levam a que a farinha de alfarroba seja muitas vezes utilizada como antidiarreico, principalmente em crianças."

 

E depois de este palavreado todo resta apenas dizer que a Alfarrobeira existe sobretudo a sul do Tejo e que não se dá com climas extremamente frios.

Considerada o "cacau ou chocolate do Algarve" é usada na nossa gastronomia, nomeadamente na doçaria.

Pelo seu valor, agora bem menor do que outrora, a apanha da Alfarroba continua a ser uma parte importante da vida dos algarvios marafados. Chegado o mês de Agosto ouve-se o som do varejo e do negro fruto a cair no chão. É hora de apanhar e ensacar a alfarroba e esperar para vende-la a quem oferecer um melhor preço.

 

Nota:

 

1. Muito mais haveria a dizer sobre a alfarrobeira e as suas valências, no entanto, este blog pretende apenas dar a conhecer um pouco de cada assunto. Para saber mais podem sempre consultar manuais de botânica.

 

2. Um bom Domingo para todos.