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Marafações de uma Louletana

Um espaço dedicado a Loulé e às suas gentes!

Marafações de uma Louletana

Um espaço dedicado a Loulé e às suas gentes!

O Pára e Bebe

03.05.20, Lígia Laginha


A par da Maria das Bananas e do Manel da Baraçinha, o Pára e Bebe (José Maria Gademe) também foi uma personagem atípica que percorreu, em tempo mais ou menos distantes, as ruas louletanas. Conhecido por muito beber, tal como o própria alcunha indica, o Pára e Bebe era um velhote de barbas brancas de que muitos tinham medo e a quem outros tantos achavam a sua piada. Infelizmente, em termos de biografia, nada posso acrescentar sobre o homem que existia por detrás do conhecido Pára e Bebe, no entanto, sei que muitos louletanos de gema, como eu, o recordam e esse facto prova que não são só as grandes figuras que compõem e constroem a história local.
E assim é… Nada mais posso acrescentar para além de publicar esta fotografia que retirei da contracapa de uma agenda municipal antiga.

E por aí quem se lembra do Pára e Bebe? Quem sabe mais sobre ele?

Comentem!

Rancho Folclórico "As Mondadeiras das Barrosas"

03.05.20, Lígia Laginha


A criação do Rancho Folclórico “As Mondadeiras das Barrosas” está intimamente ligada à tradicional Festa da Espiga de Salir (já abordada neste blog). Aquando da criação da Festa da Espiga, em 1968, a população das Barrosas foi convidada a participar no  desfile etnográfico e organizou um grupo que representava as mondadeiras, o trabalho da monda e como se mondava,  tendo desde então participado em todos os desfiles.
Desse desafio e dessa participação criaram o Rancho Folclórico e batizaram-no com o nome  “As Mondadeiras das Barrosas”, corria o ano de 1986. Ensaio, após ensaio e com o grupo já formado, sentiram então a necessidade de criar uma Associação e constituíram a Associação Cultural e Recreativa das Barrosas, no ano de 1987.
A Associação está sedeada no sítio das Barrosas, freguesia de Salir, e, para além de ser a “casa mãe” do Rancho Folclórico, desenvolve também diversas atividades de cariz cultural, recreativo e desportivo, tais como: o Baile de Carnaval; o Baile da Pinha e as Festas de Verão com o Festival de Folclore, onde participam, essencialmente, 5 grupos folclóricos nacionais através de permutas com o Grupo organizador. A Associação participa também nos jogos interassociativos e em torneios de sueca; cedem o espaço para casamentos, batizados e outros eventos; e acolhem ginástica, bordados e a celebração da Eucaristia.
Situada em zona rural, a Associação é o local de convívio de toda a população local e mostra-se empenhada no desenvolvimento cultural, desportivo e recreativo, numa perspetiva de intervenção participativa da população.
O Rancho Folclórico “As Mondadeiras das Barrosas” é constituído, atualmente, por 34 a 36 elementos: sendo 3 na cantata, 4 na tocata (acordeão, ferrinhos, pífaro/flauta, pandeireta, pinhas e pratos) e os restantes dançarinos, todos do concelho de Loulé, com idades compreendidas entre os 12 e os 68 anos.

O reportório que apresentam foi todo recolhido na zona serrana de Salir. Maria de Jesus Cavaco Martins foi a principal informante, tendo recebido o testemunho cultural da sua avó (que foi uma “valente” animadora dos bailes de antigamente) e da sua mãe. São danças de roda, com pares no meio, em cadeado e o estravanca. 




Já têm visto algumas das “suas” músicas serem dançadas por outros grupos de diferentes regiões do país. Têm atuado por Portugal continental e pela vizinha Espanha. 

O Grupo divulga os usos e costumes desta zona, através das danças, dos cantares e dos trajos que vestem, sejam os de trabalho ou os de cerimónia. Trajos inspirados em modelos antigos que se escondiam nos baús das pessoas da freguesia de Salir e realizados por costureiras da localidade.
Representam as seguintes atividades: mulher que apanha o medronho; mulher que faz o baraço de esparto; mulher que faz o pão caseiro; mulher que vai à feira; mulher que vai à missa; noivos; mondadeira; ceifeira; menino com carro de cana, entre outros.

Maria de Jesus Cavaco Martins foi fundadora do Rancho e continua firme até aos dias de hoje, pois como afirma: “ o que nós criamos temos pena que acabe!”. Com esta garra mantém uma juventude invejável e confidencia-nos “como não quero envelhecer tenho de manter este dinamismo e conviver com a gente jovem”, que, ainda, segundo a fundadora, a ajuda a ter as ideias mais atuais e a não ficar parada no tempo.

Nota:

1. Texto da autoria de Sónia Silva publicado na revista Raízes n.º 3 que podem ler na integra aqui.