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Marafações de uma Louletana

Blog sobre Loulé e as suas gentes

Blog sobre Loulé e as suas gentes

Marafações de uma Louletana

12
Set11

Semana Loulé Município Educador

Lígia Laginha

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

O regresso às aulas está aí e por terras louletanas esta será a Semana Loulé Município Educador.

 

De acordo com a Carta das Cidades Educadoras (AICE; 2004): “Todos os habitantes de uma cidade terão o direito de desfrutar, em condições de liberdade e igualdade, os meios e oportunidades de formação, entretenimento e desenvolvimento pessoal que ela lhes oferece”.

Em 2007, o Município de Loulé aderiu à Associação Internacional das Cidades Educadoras (AICE), integrando desde então a Rede Territorial Portuguesa de Cidades Educadoras. A Cidade Educadora tem na sua génese a ideia de que educar é uma responsabilidade de toda a sociedade, e de que a Educação não se deve centrar exclusivamente na Escola, sendo um direito de todos e ao longo de toda a vida.

Porque importa dar visibilidade às acções educativas, sejam elas de carácter formal, informal ou não formal, entre os dias 12 a 17 de Setembro irá ter lugar a Semana “Loulé Município Educador”, uma iniciativa que terá como objectivo apresentar o Projecto Educativo Local à comunidade e divulgar as acções e actividades de várias entidades que contribuem para a construção de Loulé Município Educador. A “Semana Loulé Município Educador “ pretende assim, sem pretensiosismo, mostrar um pouco do que são os contributos dos diversos serviços, entidades e pessoas para afirmar Loulé como Município Educador, um projecto colectivo.

A programação da Semana “Loulé Município Educador” inclui um conjunto de actividades diversificado e dirigido a diferentes públicos alvo. As actividades programadas para a Semana incluem palestras e sessões de sensibilização sobre várias temáticas, visitas guiadas a equipamentos e recursos educativos como o Arquivo Municipal e os pólos museológicos, sessões de cinema e teatro, o peddy-paper “Marchar com História”, atelier’s e actividades de expressão plástica e mostras de actividades desportivas e educativas, entre outras. Podem fazer o download do programa aqui.

 

 

Contamos com a vossa participação!

10
Set11

Património Louletano (VIII) - O Castelo de Salir

Lígia Laginha

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

Numa altura em que decorre o "Salir do Tempo 2011" aqui ficam algumas notas sobre o património histórico desta magnífica região do interior louletano. 

 

Em Salir existiu uma povoação rural islâmica, inicialmente uma alçaria não fortificada, com casas dispersas, em contacto directo com campos agrícolas e pequenas hortas e pomares. Da inicial defesa comunitária da povoação (castelo-celeiro, com abundância de silos) surgiu, no período almóada, uma fortificação de taipa, da qual restam apenas quatro torres e panos das muralhas incorporados em construções que lhes sobrepuseram.

Quem chegue ao morro do castelo pela encosta sudoeste depara com a primeira torre, entre os muros de um grande edifício, voltada para uma ruela que acompanharia o exterior da muralha sul. Seguindo por uma estreita rua, para norte, chega-se à segunda torre, designada por Muro Maior (torre albarrã), que se localiza sobre a encosta poente, junto à área onde as escavações arqueológicas pusera a descoberto um tramo de muralha e um conjunto de edifícios dos séculos XII-XIII. Sobre a encosta norte encontra-se outra, num forte declive da rocha e já muito destruída. A nordeste fica a Torre chamada de Alfarrobeira, também construída sobre o forte declive da rocha.

As escavações arqueológicas, em vias de integração museológica, revelaram silos (num total de dez) e canalizações, que terminaram em aberturas na muralha; uma estreita ruela, com 1,80m de largura, também a terminar na muralha; e estruturas habitacionais. Apesar de incompletas (as escavações em pleno centro urbano efectuaram-se apenas num pequeno quintal), pode considerar-se que as casas almóadas de Salir são pequenas, simples e pobres construções de taipa com base de pedra, agrupadas num bairro periférico encostado à muralha poente.

O material arqueológico recolhido abrange uma cronologia entre finais do século XI, inícios do século XII e, sobretudo, dos séculos XII/XIII, quando a povoação se encerra no interior do recinto fortificado.

Os vestígios encontrados revelam uma densa ocupação almóada. Mas a alçaria de Salir é certamente anterior a este período, facto confirmado em prospecções arqueológicas e pelo achado de uma lápide funerária, datada de inícios dos séculos XI (lápide obituária de Ibne Said, que faleceu em 1016), encontrada em terrenos localizados a sul do castelo, onde estaria o cemitério islâmico.

A reconquista de Salir foi consumada (a data é incerta) pelos cavaleiros da Ordem de Santiago, sob o comando de D. Paio Peres Correia, a seguir à conquista de Tavira. Ocupada a povoação (as escavações revelaram restos de armas em camadas de incêndios), e aqui se delineou a estratégia para a reconquista de Faro e de Loulé.

 

Nota:

 

1. Esta informação foi retirada de CATARINO, Helena – O Algarve Islâmico: Roteiro por Faro, Loulé, Silves e Tavira, s.l., Comissão de Coordenação da Região do Algarve, s.d.

09
Set11

Presidentes da Câmara Municipal de Loulé (VI) - José Cláudio da Silva Mendes

Lígia Laginha

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

José Cláudio da Silva Mendes tomou posse em 20 de Junho de 1928. A criação de "Escolas Móveis" foi a sua prioridade. Foi solicitado ao engenheiro Manuel Alves Costa um projecto e orçamento para o lavadouro municipal e um estudo e projecto de organização do plano geral da rede de esgotos da vila. Aprovou-se o alvitre apresentado nos jornais de Lisboa por Mário Lyster Franco acerca de um busto de Francisco Xavier de Athaíde Oliveira.

Foi eleito Presidente em sessão camarária de 8 de Novembro de 1930. Nesta fase de governação concelhia adaptou-se uma dependência do Matadouro Municipal para laboratório de análise e inspecção do leite que era vendido à população.

08
Set11

Salir do Tempo 2011

Lígia Laginha

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

O Salir do Tempo – Festival de Artes Medievais, evento que desde 2009 anima esta vila do interior de Loulé, vai realizar-se entre 9 e 11 de setembro, ganhando este ano uma nova dinâmica, com enfoque nas artes do período da Idade Média. 

A vila de Salir em meados do século XIII é o palco desta experiência de regresso ao passado que será vivenciada pelos visitantes, através da projeção de elementos vivos de uma época longínqua. 

“Ponto estratégico durante o período da Reconquista, quando a transição do domínio muçulmano para o cristão deu origem às mais variadas demonstrações de força, Salir viveu também momentos intercalados pelas permanentes tentativas de normalização do quotidiano, em que as artes tinham um papel importante na sociedade de então”, recorda a autarquia de Loulé, que promove o evento. 

Transformado num festival de artes, cuja Reconquista nos transporta aos séculos mais importantes da nossa história, o Salir do Tempo marca um período em que as leis da Cristandade, os valentes cavaleiros, a música medieval, os monges copistas e os alquimistas se misturavam em vários mundos dispares aqui recriados neste cenário rural. 

Assim, entre cristãos e muçulmanos, nestes Festival de Artes coabitam músicos, atores e artistas. O programa de animação do Salir do Tempo integra performances musicais e teatrais que visam a contextualização histórica e a criação de um ambiente alegre. 

A música, a dança, a poesia, os cuspidores de fogo e a representação de diversos personagens vão proporcionar momentos de interação lúdica com os espetadores. 

A recriação do mercado medieval, baseado em produtos dessa época, onde vários mercadores presentes com as suas bancas de produtos tradicionais como o mel, cortiça, cestaria ou frutos secos, e os artesãos com os seus ofícios, também faz parte deste cenário. 

Do outro lado, é a cultura muçulmana em destaque, com as dançarinas do ventre, as bancas de bijuteria e acessórios, as djellabas, os cabedais, os espelhos, os cachimbos de água, as pratas, os candeeiros, as especiarias, a tenda de chá, a tatuadora de henna e a tenda de camelos. 

Enquanto forte herança cultural, a gastronomia tem também um papel importante nesta recriação histórica. A base da alimentação do século XIII é apresentada aos visitantes de forma genuína, e os alimentos servidos em tábuas de madeira e as bebidas em copos de barro, de acordo com a «etiqueta» da época. 

E para encarnar as personagens e entrar no espírito da festa, a organização propõe a quem visite o Salir do Tempo o aluguer de trajes da época: miúdos e graúdos terão assim à sua disposição fatos de nobres, gente do povo, representantes da Igreja ou das forças militares de então. 

Quanto à animação musical, estará a cargo de Sharq Wa Garb, interpretando música medieval árabe, no dia 9; Cuarteto Aquitânia, exibindo sons medievais judaico-sefarditas, dia 10; e Trovas D’ Amigo, especializado no repertório medieval galaico-português, dia 11. 

As portas do recinto abrem às 19:00 horas. A entrada é livre.

 

07
Set11

Ilustres Louletanos (XVI) - Idália Farinho Custódio

Lígia Laginha

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

Agraciada pela Câmara Municipal de Loulé, em 1998, com a Medalha Municipal de Mérito Grau Prata, Idália Farinho Custódio nasceu em Loulé, em 1938. Licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. Leccionou na Escola E.B 2,3 Engenheiro Duarte Pacheco de Loulé. Em termos literários, participou com poemas em diversas antologias como a "IV Antologia de Poesia Contemporânea". A autora tem se dedicado igualmente a recolhas etnográficas desde os anos 60, acompanhando Maria Aliete Galhoz na sua pesquisa em Vale Judeu, assim como na colecta para o vol. II do "Romanceiro Popular Português" da mesma autora. Em 1994, uma dedicação mais sistemática á pesquisa de Vale Judeu resultou na publicação de "Memória Tradicional de Vale Judeu" e "Memória Tradicional de Vale Judeu II". É também autora, com Isabel Cardigos e Maria Aliete Galhoz, de várias obras subordinadas ao tema “Património Oral do Concelho de Loulé” de que já foram publicados os volumes: contos, romances, orações e cancioneiro. Destaca-se igualmente no campo da poesia, nomeadamente infanto-juvenil, com obras como "Até à Estrela do Mar", editada em 2000. No âmbito infanto-juvenil é também autora de diversos contos como "A Viagem da Parker 51" (1985) ou "O Segredo da Rainha" (1991).

 

06
Set11

Exposição de Pintura Colectiva “Formas de Ver”

Lígia Laginha

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

De 3 de Setembro a 9 de Outubro estará patente na Galeria de Arte da Praça do Mar, em Quarteira, a exposição de pintura colectiva "Formas de Ver".

 

Mais uma vez este grupo reúne-se para com o seu talento, arte e sensibilidade expor a sua Forma de Ver.

Para além da grande amizade que os une, cada um, com trabalhos diferentes, possuem algo muito importante em comum: a forma “ idêntica “ de sentir, de ver tudo aquilo que transmitem de uma forma espontânea.

Todos eles têm uma maneira própria de ver as formas, pois não se limitam a olhar! Eles sentem o que vêem...dai Formas de Ver!

Com as suas mãos transformam o que observam de uma forma tão pessoal, que, inconscientemente, despertam a todos quantos visitam esta exposição o gosto, a sensibilidade para deixar de olhar e passar também a sentir e a ganhar novas Formas de Ver.

 

Nota:

 

1. A Galeria de Arte da Praça do Mar está aberta ao público de Segunda a Sábado nos seguintes horários:

 

Segunda a Sexta-Feira: das 10H às 19H

Sábado: das 9h30 às 14H

 

Este horário é apenas aplicável até ao dia 17 de Setembro, altura em que se voltará ao horário dito normal:

 

Segunda a Sexta-Feira: das 9H às 17h30

Sábado: das 9H às 13H.

 

2. Visitem! A entrada é gratuita.

05
Set11

Freguesias do Concelho de Loulé (VI) - Almancil

Lígia Laginha

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

Hoje voltamos a falar das freguesias que constituem o concelho louletano e a eleita é Almancil.

 

A sua criação como freguesia reporta-se ao ano de 1836, por Decreto Régio de 6 de Novembro. Almancil, sede social da freguesia, passou à categoria de Vila em 18 de Dezembro de 1987. Localizada no litoral do Concelho de Loulé, debruça-se sobre o Atlântico e ocupa uma extensa orla marítima, onde se relevam as belíssimas praias de areias puras e finíssimas, com águas de temperaturas amena, mediterrânica. No seu desenvolvimento sócio-económico, Almancil cresce a um ritmo que é considerado um dos maiores do Concelho de Loulé e da própria região do Algarve. É um estatuto que lhe é conferido pelo fluxo turístico, que se releva em quantidade e em qualidade, e que por outro lado, lhe advém das enormes poupanças de uma grande parte dos seus emigrantes: na década de 50 / 60, mais de metade se não mais da população de Almancil trabalhava no continente americano, em particular na Venezuela.

De referir também que, desde os tempos mais remotos, a freguesia de Almancil é possuidora de uma riquíssima bolsa de terrenos agrícolas, o Ludo, que se situa entre o mar e o Barrocal e onde se produzem os mais saborosos citrinos de toda a região. Famosa é, também, a sua olaria chegando a admitir-se que os riquíssimos azulejos que adornam a Igreja de São Lourenço foram aqui confeccionados.

Esta Igreja, considerada de uma beleza ímpar e de elevadíssimo valor patrimonial pelos painéis de azulejo, que ostenta, em que nos dá a conhecer a vida e a obra do seu oráculo, o mártir São Lourenço, constitui incontestável ex-líbris. Encontra-se aqui sediado o Centro Cultural de São Lourenço, um pólo de atracção para artistas e apreciadores da arte e da cultura em geral. 

Revestem-se de uma enorme importância os empreendimentos turísticos, nomeadamente a Quinta do Lago e Vale do Lobo, mundialmente reconhecidos tal como as Dunas Douradas e o Vale do Garrão, que conferem à freguesia uma inegável projecção internacional. Almancil tem na prática do Golfe um dos seus maiores atractivos: campo de golfe de "San Lorenzo", Quinta do Lago, Pinheiros Altos e Vale do Lobo são considerados como um dos melhores da Europa. 

As suas infra-estruturas hoteleiras, com os hotéis da Quinta do Lago e Dona Filipa, em Vale do Lobo, e os seus acessos, (a via do infante fica a 5 minutos), são mais-valias para a freguesia. Possui restaurantes de qualidade, dois deles fazem parte do Guia Michelin, e de oferta diversificada em termos gastronómicos. Almancil é, por excelência, uma região comercial e de serviços que cresce diariamente em todas as vertentes. 

De realçar a rara beleza natural que se contempla na área ocidental do Parque Natural da Ria formosa, onde se nos oferecem espécies raras da flora e da fauna. 

O futuro de Almancil será de um desenvolvimento crescente já que é nesta freguesia, mais precisamente em S.João da Venda, que foi construído o Estádio Algarve, recinto que acolheu o Euro 2004 no Algarve para onde estão previstas infra-estruturas inseridas no Parque das Cidades, como o Hospital Central do Algarve, Pavilhão de Congresso e Área Verde.

 

 

04
Set11

O que os algarvios comem (XIV) - Cozinha de batatas

Lígia Laginha

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

Falar em Verão é também falar na apanha do tomate, tomate esse que quando maduro é cozinhado e resulta num molhinho muito especial.

 

Hoje trago-vos uma receita na qual o uso de tomates caseiros e madurinhos faz toda a diferença: Cozinha de Batatas.

 

Ingredientes:

½ Kgs de Batatas; 
1 dl de Azeite ou 2 colheres de sopa de banha de porco; 
8 fatias de pão; 
2 tomates maduros; 
1 Cebola pequena; ´
4 Dentes de alho; 
1 Colher de chá de calda de pimento; 
Água q.b. 
Salsa q.b. 
Sal q.b

Preparação:
 

Arranjam-se os tomates sem peles e grainhas. Numa panela coloca-se o azeite, a cebola, os alhos cortados, a salsa, a calda de pimento e os tomates cortados e deixa-se refogar até a cebola ficar molinha. Depois do refogado terminado acrescenta-se cerca de 1 litro de água, o sal e as batatas cortadas às rodelas. Deixam-se cozer as batatas e depois colocam-se as fatias de pão no fundo de uma travessa e despeja-se o molho e o restante cozinhado por cima destas, deixando-se repousar um pouco para amolecer o pão e está pronto a ser servido.


Nota:

 

1. Bom apetite.

 

2. Se torrarem as fatias de pão ainda sabe melhor.

 

3. Há quem acrescente outros ingredientes a esta receita tais como feijão verde, chouriço, etc.


02
Set11

O Arquivo Municipal de Loulé

Lígia Laginha

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

O Serviço de Arquivo Municipal foi criado na dependência orgânica do Departamento Administrativo pelo Aviso n.º 1815-A/2005 (2.ª série), Diário da República, n.º 56, de 21 de Março de 2005, Apêndice n.º 38. Este Serviço unificou numa só estrutura, as atribuições, funções e objectivos específicos dos chamados Arquivos Gerais e do Arquivo Histórico Municipal.

As novas instalações do Arquivo Municipal foram inauguradas por Sua Excelência o Presidente da República, na presença do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Loulé, no dia 4 de Agosto de 2007.

A infra-estrutura arquivística foi construída no interior das fachadas de um edifício com história. No início do século XIX serviu de aquartelamento aos 25 homens da guarnição francesa que, a 18 de Junho de 1808, se renderam ao Major José da Costa Leal e Brito.

Já no século XX teve diferentes usos, designadamente enquanto sede do Sindicato Nacional dos Sapateiros do Distrito de Faro e Escola Primária. A 7 de Julho de 1993, quando servia ao comércio de empreita, palma e chapéus, foi destruído por um incêndio.

O novo edifício teve o apoio da Direcção Geral de Arquivo (ex-IAN/TT), no âmbito do PARAM, em resultado do Acordo de Colaboração celebrado a 2 de Outubro de 2001 entre aquele organismo e a Câmara Municipal de Loulé, também contou com financiamento do PROAlgarve.

O Arquivo Municipal passou assim a oferecer instalações modernas e funcionais aos investigadores e aos Serviços da Câmara.

Os 4 depósitos localizados na cave, no rés-do-chão e no 1.º andar, têm capacidade para 4.521 metros de documentos, controlo individual e remoto de temperatura e humidade e protecção contra fogos através do sistema de extinção INERGEN.

No 1º andar, a Sala de Leitura dispõe de 13 secretárias individuais.

Há ainda diferentes espaços para actividades de âmbito educativo e cultural.

Também os documentos de valor administrativo de utilização menos frequente que estavam depositados um pouco por todo o edifício da Câmara Municipal de Loulé são agora preservados, organizados e comunicados em instalações planeadas para responderem às necessidades específicas dos arquivos. Igualmente a incorporação dos documentos do até então existente Arquivo Histórico foi de capital importância para a salvaguarda do seu espólio.

No que respeita à documentação mais antiga, Loulé possui um rico acervo documental, tanto pela raridade de alguns dos seus documentos, como pela antiguidade e sequência temporal das séries, destacando-se as Actas de Vereações (desde 1384), Correspondência (desde 1761), Tombos e Inventários (desde 1738), Autos de Arrematação (desde 1530), Receita e Despesa (desde 1375), Impostos (desde 1469), Eleições (desde 1559), Justiça (desde 1438), Actividades Económicas (desde 1412), Expostos (desde 1703), Juiz dos Órfãos (desde 1406), tal como documentação oriunda do Administrador do Concelho de Loulé, das Corporações Religiosas, das Sociedades Recreativas e dos Sindicatos sediados em Loulé.

 

Morada:
R. Cândido Guerreiro, s/n. 8100-681 Loulé

 

Horário de Funcionamento:

Segunda a Sexta

9h00-12h30 e 14h00-17h30

 

Telefone:
289 400804


01
Set11

Festival Didgeridoo FATT 2011

Lígia Laginha

 

 

 

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

De 1 a 3 de Setembro, a Associação Portuguesa de Didgeridoo volta a organizar o Festival de Didgeridoo – FATT 2011. Este evento será a 9ª edição e mantêm o Didgeridoo como cerne deste evento, assim como as culturas do mundo, principalmente a cultura Yolŋu – Aborígene Australiana.

Será novamente na Aldeia do Ameixial, concelho de Loulé.

A edição anterior foi considerada um dos melhores eventos de Didgeridoo da Europa, os objectivos foram superados e as criticas do público foram óptimas.

A abertura do festival decorrerá a 1 de Setembro à noite com performances de fogo de Mark Juggler ( Crowlin Circus ) e jam sessions. As principais actuações serão no dia 2 e 3. Além dos concertos o evento é repleto de master-class, workshops e outras actividades para todo o público, dinamizadas por excelentes professores e monitores, para quem deseja aprofundar conhecimentos em diversas áreas.

No recinto do festival terá artesanato local e internacional, destacando a venda de vários instrumentos.  Com o objectivo de continuar a oferecer a melhor qualidade aos nossos visitantes, o recinto do evento foi melhorado e o parque de campismo terá mais condições para oferecer.

 

Nota:

 

1. Para quem não sabe o que é o Didgeridoo:

 

Didgeridoo é um instrumento musical de sopro, consistindo de um tubo oco, geralmente de madeira. Normalmente tem forma cilíndrica ou cónica, de comprimento variável. O som varia conforme o tipo de material, comprimento, espessura, diâmetro, forma e técnica de tocar. Funciona como um amplificador, mas também altera os sons provocados pelos lábios, língua cordas vocais, bochechas, palato, glote, diafragma, etc. São incontáveis as variações sonoras que podem ser criadas. 
Pode ser construído a partir de vários materiais como: bambu, madeira, agave, tubo de PVC, vidro, plástico, papelão, couro, cerâmica, etc. Pode ser feito de qualquer material que possa, natural ou artificialmente, tornar-se um tubo rígido. O Povo Yolngu utiliza tradicionalmente o eucalipto, visto que existem térmitas que tornam naturalmente ocas estas árvores. Este fenómeno existe apenas em algumas regiões da Austrália com um ecossistema particular.

Uma das lendas que contam a Origem do Didgeridoo:
"No início, tudo era frio e escuro. Bur Buk Boon ia preparar madeiras para o fogo, a fim de levar a protecção do calor e da luz para a sua família. Ao procurar madeira para a fogueira, Bur Buk Boon reparou num tronco oco e uma família de térmitas que o ocupava. Como não queria ferir as térmitas, Bur Buk Boon soprou para o interior do tronco. As térmitas foram lançadas em direcção ao céu nocturno, tornando-se nas primeiras estrelas a iluminar a paisagem. É devido ao movimento arqueado de Bur Buk Boon que distinguimos hoje a Via Láctea. Foi esta a primeira vez que o som Didgeridoo abençoou a Mãe Terra, protegendo-a com este som vibrante para a Eternidade..."

Acredita-se que o Povo Yolngu é a mais antiga das culturas existentes actualmente. Ainda hoje transmitem cuidadosamente algumas das suas tradições mais ancestrais, em geral sob a forma de canções e histórias. Muitas destas são acompanhadas por um Didgeridoo, que não só serve como acompanhamento musical, mas que transmite ainda uma camada adicional de significado aos rituais em que se utiliza.

A maioria dos estudiosos do assunto considera que a palavra "Didgeridoo" é uma onomatopeia (palavra cuja pronúncia imita o som natural da coisa significada), inventada por ocidentais. Mas alguns consideram possível que seja uma derivação de duas palavras irlandesas: dúdaire ou dúidire, que tem vários significados, como "corneteiro", "fumante inveterado", "soprador", "pescoçudo", "abelhudo", "aquele que cantarola", "cantor de canções populares com voz macia e aveludada", e a palavra dubh, que significa "negro", ou duth, que significa "nativo".

Na Austrália, há pelo menos 45 sinónimos para o nome Didgeridoo, dependendo da tribo ou da região. Estão entre esses sinónimos: bambu, bombo, kambu e pampuu, todos directamente se referindo a bambu, o que indica, entre outros estudos, que os primeiros Didgeridoos eram feitos de bambu. Há outros sinónimos que, na linguagem dos aborígenes, também têm alguma relação com bambu: mago, garnbak, illpirra, martba, jiragi, yiraki e yidaki, sendo esses dois últimos os nomes mais usados para Didgeridoo pelos aborígenes australianos.

A palavra ocidental Didgeridoo, sendo uma onomatopeia, pode ser escrita de diversas formas: didjeridu, didjeridoo, didgeridu, bem como as formas abreviadas didge, didj, didg...
Os povos Aborígenes utilizam diversos nomes específicos para cada tribo, clã ou região, tais como: yidaki, yedaki, yiraki, yiraga, yili-yiki, ulpirra, ilpirra, uluburu, kanbi, ganbi, ganbag, djalupi, djalupun, gunbark, mako, larwah, aritjuda, gurrmurr, lidding, džalubbu, ngorla, morlo, wuyimbarl, morle, dawurr, eboro, gurulung, kalumbu, yiraka, aritjuda, o-mol, garnbak, martba, jiragi, ngarrriralkpwina, yirtakki, wuyimba, artawirr, djibolu, martba, kurmur, ngaribi, paampu, bambu, entre outros.

 



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