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Marafações de uma Louletana

Blog sobre Loulé e as suas gentes

Blog sobre Loulé e as suas gentes

Marafações de uma Louletana

11
Jul11

A Fundação António Aleixo

Lígia Laginha

 

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

Hoje a marafada vai falar um bocadinho sobre uma das mais importantes instituições de solidariedade social situada no Concelho de Loulé.

 

A Fundação António Aleixo é uma instituição de direito privado sem fins lucrativos, constituída por escritura pública de 25 de Maio de 1995, com o compromisso de contribuir para o desenvolvimento do concelho de Loulé e prosseguindo objectivos de carácter social, cultural, artístico e cientifico.

No âmbito dos seus objectivos, destacam-se: Projectos de acção social destinados à infância, juventude e terceira idade; Iniciativas de carácter cultural; Projectos de investigação e estudos de carácter histórico sobre a figura de António Aleixo e sua obra; Actividades editoriais, formativas e de animação; A Instituição de prémios para cidadãos, em particular os jovens, que mais se distingam nas suas áreas; A concessão de bolsas de estudo a estudantes economicamente carenciados.

Uma das vertentes de acção determinante na intervenção da FAA é a da solidariedade social. Neste sentido, a FAA, no ano de 1998, iniciou a sua intervenção na freguesia de Quarteira, com o serviço de apoio domiciliário, destinado inicialmente a 20 idosos em situação de dependência.  
No âmbito do Sub-Programa Integrar, a Instituição candidatou-se à construção de um Centro Comunitário para a cidade de Quarteira. Inaugurado a 11 de Dezembro de 1999, esta obra com uma área útil superior a 1500m2, vem proporcionando, diariamente, condições que possibilitem aos indivíduos o exercício pleno do direito de cidadania e apoio às famílias no desempenho das suas funções e responsabilidades, reforçando a sua capacidade de integração e participação social.
No ano de 2005, estabeleceu um protocolo com o Centro Distrital de Segurança Social de Faro, com vista à criação de equipas multidisciplinares de apoio às famílias beneficiárias do Rendimento Social de Inserção.
No âmbito dos objectivos institucionais a FAA tem mantido ao longo da sua existência uma relação de total disponibilidade com diversos parceiros sociais, nomeadamente: Câmara Municipal de Loulé; Centro Distrital de Segurança Social de Faro; Centro de Saúde de Loulé; Instituto de Emprego e Formação Profissional/Centro de Emprego de Loulé; Associação Existir; Casa da Primeira Infância; entre muitas outras.

De forma activa, participa ainda e está representada nos seguintes projectos/organismos: Conselho Geral da Escola Secundária/ Dra Laura Ayres; Conselho Geral do Agrupamento das Escolas Eng. Duarte Pacheco; Conselho Geral do Agrupamento Vertical de Escolas D. Dinis; Núcleo Local de Inserção/RSI; Comissão Social de Freguesia de São Clemente; Conselho Local de Acção Social do Município de Loulé; Comissão e Protecção de Crianças e Jovens em Risco do Município de Loulé – Comissão alargada; Conselho Municipal de Educação.

A actividade da FAA, regulamentada por estatutos devidamente aprovados, é assegurada pelos seguintes Órgãos:
     a) -Conselho de Fundadores e Beneméritos
     b) -Conselho de Administração;
     c) -Conselho Consultivo;
     d) -Conselho Fiscal,
em total regime de voluntariado.
Uma equipa coesa constituída por 40 funcionários, incluindo Técnicos, Administrativos, Auxiliares, Cozinheiras, Motorista, ajudantes de acção directa, etc., assegura as actividades da Fundação, na Sede Social e no Centro Comunitário, em Quarteira.

Em 2003, a Fundação António Aleixo foi agraciada pela Câmara Municipal de Loulé com a Medalha Municipal de Mérito - Grau Ouro.

09
Jul11

O Hospital de Loulé e a Igreja de Nossa Senhora dos Pobres

Lígia Laginha

 

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

Ontem foi inaugurado o reconstruído Hospital de Loulé. Falemos então um pouco do que este Hospital e a Igreja de Nossa Senhora dos Pobres foram em tempos:

 

A Santa Casa da Misericórdia em Loulé foi instituída em meados do século XVI e em 1570, por ordem do rei D. Sebastião, o Hospital ficou sob a sua administração e com a incumbência de receber os que vinham feridos e doentes das campanhas do Norte de África.

Durante parte do século XVII e até à extinção das Ordens religiosas,1833, aadministração do Hospital e da Santa Casa esteve a cargo dos frades agostinhos descalços. Estes últimos instalaram-se naqueles espaços e procederam a obras que passaram pelo situar do albergue e do hospício nos baixios e do edifício do hospital nos altos.

Depois de1833 aIgreja e o Hospício foram totalmente inseridos na estrutura da Misericórdia passando mesmo o templo a designar-se de “Igreja da Misericórdia.

A Igreja, situada entre as duas alas do Hospital, possui um pórtico manuelino, de tipo radeado, semelhante ao da matriz de Monchique. Na mesma fachada rasga-se uma janela por cima da qual se encontra um pequeno nicho sem qualquer ornato. Nele figura uma imagem da Virgem a que os Louletanos chamam de Nossa Senhora do Ó ou Nossa Senhora dos Pobres (por receber no seu regaço aqueles que estavam pobres de saúde).

O acesso à Igreja é feito subindo alguns degraus que foram escavados no adro. A meio do segundo degrau levanta-se um cruzeiro de pedra, obra do mesmo estilo e época do portal.

Tanto o pórtico como o cruzeiro foram classificados Monumentos Nacionais pelo Decreto 9842 de 20 de Junho de 1924.

 

08
Jul11

Presidente da República inaugura Hospital de Loulé

Lígia Laginha

 

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

Hoje, pelas 19h30, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, vai estar em Loulé para a presidir à cerimónia de inauguração das obras de ampliação e remodelação do Hospital de Loulé.

Esta unidade de saúde, que abriu portas em meados de Março, integra agora duas componentes: uma unidade pública de cuidados continuados de saúde, e uma unidade privada com consultas externas em diversas especialidades e bloco operatório.

 

07
Jul11

O que os algarvios comem (VII) - Xerém com conquilhas

Lígia Laginha

 

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

Hoje voltamos à paparoca e a marafada traz-vos a receita do seu manjar preferido: xerém. O xerém são papas de milho e no Algarve este prato conhece inúmeras combinações. Assim, as papas de milho podem ser feitas com conquilhas,amêijoas, sardinhas, ervilhas, camarão etc., etc... Eu prefiro-as simples, sem nada para além de umas rodelas de chouriça e um bocadinhos de pão frito, mas a maioria dos marafados optam por lhes adicionar algum daqueles compotenentes que referi. 

Assim sendo, optei por trazer a receita de xerém com conquilhas por ser um dos concorrentes finalistas às sete maravilhas gastronómicas de Portugal.

 

Ingredientes:
Para 4 pessoas

  • 1 kg de conquilhas ;
  • 100 grs de toucinho fumado ;
  • 100 grs de chouriço ;
  • 200 grs de farinha de milho ;
  • sal q.b.

Confecção:

Numa tigela lave as conquilhas, em água fria, a fim de as libertar de impurezas que possam conter. Em seguida, cubra-as com água do mar, cerca de 4 a 5 horas. No caso de não ter acesso a água do mar, utilize água doce temperada com sal.
Corte o toucinho em tiras pequenas e o chouriço ás rodelas.
Frite-os numa frigideira, em lume brando.
Retire as conquilhas da água. Coza-as num tacho, cobertas de água, cerca de 8 a 10 minutos.
Escorra o líquido onde as cozeu, tendo o cuidado de o passar por um passador fino. Tire o miolo das conquilhas. Deite este num tacho, junte o caldo da cozedura e leve ao lume, deixando ferver um pouco.
Peneire a farinha com a ajuda duma peneira.
Retire o tacho e, fora do lume, adicione a farinha para não encaroçar.
Leve novamente ao lume e deixe cozer, mexendo de vez em quando. Junte as carnes e sirva bem quente.

 

Nota:

 

1. Experimentem mas não garanto que fiquem logo boas à primeira porque fazer o xerém, nome árabe das papas de milho, é algo que requer uma arte própria que se vai aprendendo e aprefeiçoando ao longo dos tempos. 

 

2. Saliento também que em certas regiões do Algarve as papas de milho são confeccionadas de forma simples e depois adicionam-lhe açucar o que as torna numa espécie de doce óptimo para comer à sobremesa.

 

06
Jul11

Ilustres Louletanos (XII) - José Mendes Cabeçadas Júnior

Lígia Laginha

 

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

Hoje falamos de José Mendes Cabeçadas Júnior:

 

Nasceu em Loulé em 19 de Agosto de 1883. 
Concluiu o curso da Escola Politécnica, ingressando na Escola Naval em 1902 e seguindo carreira militar, onde atingiu o posto de vice-almirante.

Republicano convicto, participou activamente nas operações militares que conduziram à implantação da República, em 5 de Outubro de 1910. Militou depois nos partidos Unionista, Liberal, Nacionalista e, por fim, na União Liberal Republicana (início de 1926). 
Em Julho de 1925, comandou uma tentativa de sublevação contra o Governo, a partir do navio Vasco da Gama.

Protagonizou depois o golpe militar de 28 de Maio de 1926, que viria derrubar a República, desta vez bem sucedido. Assumiu então o comando da revolta em Lisboa, enquanto o general Gomes da Costa, vindo de Braga, avançava sobre a capital. Dois dias depois Mendes Cabeçadas foi nomeado Presidente do Ministério, ministro da Marinha e, interinamente, das restantes pastas. Mas em 18 de Junho de 1926 foi afastado do poder por um novo golpe militar, encabeçado por Gomes da Costa. Voltou à Armada e mais tarde envolveu-se em novas tentativas de revolta (entre 1931 e 1947), todas sem sucesso, contra a Ditadura e o Estado Novo, acabando por ser preso, julgado e reformado compulsivamente.

Morreu em Lisboa em 11 de Junho de 1965.

 

05
Jul11

Fauna Louletana (I) - O saca-rabos

Lígia Laginha

 

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

Hoje a marafada decidiu falar um pouco dos animaizinhos que povoam o nosso concelho. Vamos então começar pelo saca-rabos.

 

"O Sacarrabos Herpestes ichneumon é um carnívoro de médio porte castanho-acinzentado que, juntamente com a Geneta, representam a família Viverridae no nosso país. Também conhecido por mangusto, manguço ou escalavardo, tem um corpo alongado e de aspecto fusiforme, o focinho é pontiagudo, as patas são curtas e a cauda vai-se afunilando até à sua extremidade onde se encontra um pincel de pelos mais escuros. Tem uma altura no garrote de aproximadamente 20 cm, pesa 2-3 Kg, e tem um comprimento total de cerca de 90 cm, podendo a cauda chegar aos 50 cm. Na cabeça distinguem-se umas orelhas pequenas e arredondadas e uns olhos côr de âmbar que têm a particularidade de exibir uma pupila horizontal, caso quase único entre mamíferos e que revela hábitos diurnos. Não existe um dimorfismo sexual evidente entre machos e fêmeas embora os primeiros sejam um pouco maiores.

Esta espécie, que se pensa que tenha sido introduzida na Península Ibérica pelos árabes, tem origem etiópica e está presente na maior parte do continente africano e na Ásia Menor. Foi também recentemente introduzida numa ilha jugoslava. Na Península Ibérica está distribuida principalmente a SW. No nosso país é relativamente abundante no sul e o a norte já chega pelo menos à Serra da Estrela. Depois de um período em que deve ter sofrido uma regressão na primeira metade do século XX (a 'campanha do trigo' que devastou muito matagal mediterrânico), a espécie parece estar agora em alguma expansão provavelmente devido a 3 factores: o abandono de terras agrícolas e o ressurgimento de alguns matagais; a quase ausência dos seus predadores como o Lince-ibérico; por ter actividade principalmente diurna não compete directamente com outros predadores pelos mesmos recursos.

É um típico habitante dos matagais mediterrânicos, com subcoberto bastante denso (o seu focinho pontiagudo facilita-lhe a deslocação neste tipo de habitat) e, em geral, nas proximidades de linhas de água. Geralmente como toca utiliza luras abandonadas de coelhos que alarga com as fortes garras que possui nos cinco dedos.

O sacarrabos tem reflexos bastante rápidos o que lhe permite capturar ofídeos (cobras), inclusivé as espécies venenosas. No entanto, as suas principais presas são os pequenos mamíferos, nomeadamente os roedores e, sempre que disponíveis, também os lagomorfos (coelhos e lebres). Por ter hábitos diurnos, os répteis são também uma parte importante do seu espectro alimentar que inclui ainda insectos, anfibios, aves e matéria vegetal com valor energético. 

A época de acasalamento ocorre na Primavera seguindo-se um período de gestação de 84 dias, nascendo 2-4 crias entre Junho e Agosto. Os machos são poligâmicos podendo fecundar várias fêmeas. As crias ficam com a mãe até ao nascimento da ninhada seguinte, chegando a formar grupos de 7-9 indivíduos.

As crias seguem a mãe em fila-indiana, cada uma com o focinho por baixo da cauda da que a precede, daí o nome sacarrabos (esta maneira peculiar de se deslocarem até levou ao equívoco de lhes chamarem cobra peluda). Também quando caçam em grupo, os sacarrabos apresentam a particularidade de rodearem a presa deixando-lhe poucas hipóteses de escapar."

 

Para além desta informação posso acrescentar que no concelho de Loulé, os saca-rabos podem ser observados na Rocha da Pena, Salir, e um pouco por todo o interior junto às linhas de água.

 

Nota:

 

1. A informação aqui apresentada foi retirada do site http://www.alvorada-pt.com.




04
Jul11

Começa hoje a Universidade de Verão - Estudos sobre o Mediterrâneo II

Lígia Laginha

 

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

Na primeira quinzena do mês de Julho, na Alcaidaria do Castelo de Loulé e noutros espaços da zona história da cidade, irá decorrer a 2.ª edição da Universidade de Verão - Estudos sobre o Mediterrâneo II.

A Universidade do Algarve, nesta iniciativa, oferece um conjunto de actividades educativas e complementares, tanto para estudantes universitários como para todos aqueles cidadãos que queiram ampliar, ou actualizar, a sua formação académica e as suas competências socioprofissionais.
A Universidade de Verão é uma iniciativa integrada no CHARME Loulé, projecto de revitalização o casco medieval da cidade. 
A Universidade de Verão irá decorrer diariamente, das 18h às 20h e das 21h às 23h, durante duas semanas, onde terão lugar
diversos cursos breves que poderão ser frequentados gratuitamente, sendo emitido um certificado de frequência para o qual é
obrigatória a presença em 80% das sessões.
Visitando o site da Câmara Municipal de Loulé podem ter acesso ao folheto que contém o conteúdo programático desta iniciativa.

03
Jul11

O Corpo de Bombeiros Municipais de Loulé

Lígia Laginha

 

 

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

Como estamos no Verão, infelizmente a época por excelência para os incêndios florestais, hoje decidi falar-vos um pouco do Corpo de Bombeiros Municipais de Loulé.

 

O Corpo de Bombeiros, que tem já uma longa história de serviço e auxílio das populações do Concelho, foi fundado em Junho de 1927, após deliberação da Câmara Municipal. Actualmente, é este corpo de bombeiros uma unidade operacional, tecnicamente preparada, equipada e organizada, para o cabal exercício da missão que lhe é cometida nos termos da lei. Tem como Zona de Intervenção Prioritária o Concelho de Loulé, podendo contudo intervir em qualquer outra zona da Região ou do País, se para tal for solicitado. A sua zona prioritária tem portanto 742 km2 e cerca de 50 mil habitantes.

Constituem as suas principais missões o combate a incêndios e o socorro às populações em caso de inundações, desabamentos, abalroamentos, bem como todos os acidentes, catástrofes ou calamidades; a colaboração em actividades de protecção civil, no âmbito das funções específicas que lhes forem cometidas; a participação em acções de prevenção e segurança contra risco de incêndio e outros sinistros, incluindo a emissão de pareceres técnicos, nos termos da lei; o socorro a náufragos.

Situado até 2004 junto ao Estádio de Futebol, o Quartel dos Bombeiros deslocou-se nesse ano para uma nova sede situada na zona Sul da cidade, no sítio da Costa, nomeadamente na Rua Humberto Pacheco. Em termos de implantação, esta infra-estrutura confronta a Norte com o Cemitério de Loulé, a Sul e Nascente com arruamentos e a Poente com o Heliporto. A área de construção abrange cerca de2 744 m2.

O Corpo de Bombeiros Municipais depende administrativamente da Câmara Municipal, mas está sob a tutela do Ministério da Administração Interna, através do Serviço Nacional de Bombeiros.

A sua formação é garantida basicamente no quartel, e a especialização é realizada na Escola Nacional de Bombeiros.

O Corpo de Bombeiros Municipais foi agraciado pela Câmara Municipal de Loulé em 1995 com a Medalha Municipal de Mérito - Grau Ouro.

 

02
Jul11

Ilustres Louletanos (XI) - Maria Campina

Lígia Laginha

 

 

Bom dia caros visitantes do "Marafações de uma Louletana".

 

Hoje falamos de Maria Campina:

 

Maria Campina de Sousa Pereira nasceu em Loulé, em 18 de Janeiro de 1914. Esta pianista, uma das mais talentosas da Europa de todos os tempos, concluiu o seu curso superior de piano do Conservatório Nacional, onde foi aluna de grandes mestres, entre os quais os extraordinários maestros portugueses Varela Cid e Luís de Freitas Branco, em 1935, com a classificação de 20 valores. 

Enquanto frequentou aquele Conservatório, Maria Campina foi premiada com todos os galardões para os melhores alunos, incluindo o 1º prémio do Conservatório Nacional, nunca alcançado por qualquer outro aluno daquele estabelecimento de ensino. 

Estreou-se em Lisboa naquele mesmo ano, num concerto na Casa do Algarve e fez questão de que o segundo fosse dado na sua terra natal, pouco tempo depois, no dia 8 de Agosto. 

Em 1939, com 25 anos, já casada, Maria Campina começou a leccionar como professora de piano num colégio de Lisboa. É nessa época que Maria Campina ganha consolidação da sua carreira. 

A Emissora Nacional tinha dois serviços e a estação de “Lisboa2”, com uma programação cultural e científica, emitia, diariamente, concertos de música clássica e ópera. Além disso, a estação tinha a sua própria Orquestra Sinfónica, de grande nível. Maria Campina não tinha mãos a medir, quer em récitas individuais, quer integrada ou como solista da Orquestra Sinfónica, que, tal como a outra orquestra da estação oficial, a Orquestra Ligeira, percorria o país de lés a lés.

Mas a pianista não se limitava a dar vida às partituras dos grandes compositores, escrevia também para os jornais, proferia conferências, interessava-se pela vida cultural do país. 

Em 1949, Maria Campina decidiu participar num concurso internacional na Áustria, pátria de grandes músicos e intérpretes. No Mozarteum de Salzburgo, iria ombrear com quinze dos maiores pianistas mundiais do seu tempo. Interpretou obras de Mozart e de Johan Sebastian Bach e o júri, por unanimidade, o que raramente se voltou a repetir, declarou-a vencedora. Toda a Europa, América do Sul e África puderam, então, escutar a magia das suas interpretações.

Maria Campina criou, por essa altura, na Academia de Música do Funchal, a disciplina de Iniciação Musical, mostrando, deste modo, a sua sensibilidade pedagógica e visão para as carências educativas da escola, em Portugal. 

Já em Lisboa, alguns anos mais tarde, em1962, a pianista algarvia abraçava convictamente a ideia da criação de um conservatório na região do Algarve. Em 1972, Maria Campina pôde, finalmente, ainda em casa emprestada, receber os primeiros alunos do «seu» Conservatório Regional do Algarve. Durante os doze anos que se seguiram, a pianista louletana pôde dar largas ao seu sonho, formando crianças e jovens algarvios.

Galardoada, em 1979, com o grau de Comendador da Ordem de Instrução Pública, Maria Campina empenhava-se, então, com o seu marido, Pedro Ruivo, em conseguir apoios para a construção de uma escola de raiz.

Maria Campina faleceu em 27 de Fevereiro de 1984 e seria o seu marido quem veria, finalmente, concretizado o seu sonho: o excelente edifício que alberga hoje o Conservatório Regional Maria Campina, de que todos os algarvios se podem orgulhar.

Em 1994 foi agraciada, a título póstumo, pela Câmara Municipal de Loulé com a Medalha Municipal de Mérito - Grau Ouro.